Nas extremidades maquiavélicas de uma sedosa
membrana mucosa, dois seres sorriem desinibidos
agem sob uma transcendente prática do seu
inconsciente
obsceno mavórcio. Tacteiam-se delicadamente
derme contra derme a tonificada armação óssea, que
trágico deslize, ninguém aguenta a insípida paixão!
O cego inferno faz jus aos trémolos ardores de
ridículos tremores, regemo-nos pelo usurpado plágio
intuitivo-furtivo, o generoso éter musical ou
caminhará pelo vale das místicas acrobacias?
No limiar de um carrasco diversificam-se alegóricos
socalcos lamacentos abeirada idolatra-se a ímpar
mensagem «bem-vindos sejais à mais rude
escola de guerra do mundo»! Na sequência da
tolerância, sazonais récitas sussurram aos cisnes
o seu abstracto paradeiro, recorre-se
mitologicamente
à renúncia do acolhimento, dita-se a tensa sentença
embrenhando-se na domótica fragata, que empatia
ou antes devemos guerrear pela posse do
empate verdadeiro?
Uff que calvário!
Esmiúçam os queridos amantes.
Filipe Marinheiro
Portugal (Coimbra) 1982
in Um Cândido Dilúvio / Derivas em Sombras
Acto
I
Acto II
Editor: Chiado Editora
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