Carta de apresentação


O SECRETO MILAGRE DA POESIA

Sentimo-nos bem com seu contacto.
Disertamos sobre as suas maravilhas.
Auscultamos pequenas portas do seu mistério
e chegamos a perder-nos com prazer
no remoínho do seu interior.
Apercebemo-nos das suas fragilidades e manipulações.
Da sua extrema leveza.
Do silêncio de sangue e da sua banalização.

Excerto

in Rosa do Mundo

18 de abril de 2014

Filipe Marinheiro: Uma frenética diligência

 


Nas extremidades maquiavélicas de uma sedosa

membrana mucosa, dois seres sorriem desinibidos

agem sob uma transcendente prática do seu inconsciente

obsceno mavórcio. Tacteiam-se delicadamente

derme contra derme a tonificada armação óssea, que

trágico deslize, ninguém aguenta a insípida paixão!

O cego inferno faz jus aos trémolos ardores de

ridículos tremores, regemo-nos pelo usurpado plágio

intuitivo-furtivo, o generoso éter musical ou

caminhará pelo vale das místicas acrobacias?

No limiar de um carrasco diversificam-se alegóricos

socalcos lamacentos abeirada idolatra-se a ímpar

 mensagem «bem-vindos sejais à mais rude

escola de guerra do mundo»! Na sequência da

tolerância, sazonais récitas sussurram aos cisnes

o seu abstracto paradeiro, recorre-se mitologicamente

à renúncia do acolhimento, dita-se a tensa sentença

embrenhando-se na domótica fragata, que empatia

ou antes devemos guerrear pela posse do

empate verdadeiro?

Uff que calvário!

Esmiúçam os queridos amantes.





Filipe Marinheiro

Portugal (Coimbra) 1982

in Um Cândido Dilúvio / Derivas em Sombras

             Acto I                      Acto II  

Editor: Chiado Editora

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