Era linda a mulher que tu levaste
A consagrar-se a ti naquele dia,
Junto ao altar em ondas de magia
E nela os olhos, louco, tu pousaste.
Tão alva pomba, certo, tu julgaste
Qual outra Vénus ser, quem resplendia,
Em beleza, em amor, em alegria,
Dos teus rebentos a formosa haste.
E eu olhava, triste e encantada,
Aquela que o destino, bem fadada,
Quisera ser escrínio de beleza.
Metida no meu eu tão pobrezinho,
Pensava, soluçando, só, baixinho:
Como é tão inclemente a Natureza!
Lilás Carriço
Brasil (Manaus)
Portugal (Moimenta da Beira)
in Arco-Íris Poético
Editor: Porto Editora
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