Carta de apresentação


O SECRETO MILAGRE DA POESIA

Sentimo-nos bem com seu contacto.
Disertamos sobre as suas maravilhas.
Auscultamos pequenas portas do seu mistério
e chegamos a perder-nos com prazer
no remoínho do seu interior.
Apercebemo-nos das suas fragilidades e manipulações.
Da sua extrema leveza.
Do silêncio de sangue e da sua banalização.

Excerto

in Rosa do Mundo

24 de junho de 2015

Benjamin Ben Jonson: Canção, Para Celia


Brinda-me só com teus olhos,
Eu com os meus te saúdo;
Ou deixa um beijo no copo:
Não é vinho que eu procuro.
Pede bebida divina
A sede que vem da alma;
Só que o néctar de Zeus
Pelo teu eu não trocava.
 
Mandei grinalda de rosas,
Não tanto pra te agradar:
Na esperança que ao pé de ti
Nunca viesse a murchar.
Eis que tu, mal a cheiraste,
A devolveste, ligeira;
Não é a si própria, não,
É a ti que ela cheira.


Benjamin Ben Jonson
(England 1572-1637)
in Os dias do Amor
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