Carta de apresentação


O SECRETO MILAGRE DA POESIA

Sentimo-nos bem com seu contacto.
Disertamos sobre as suas maravilhas.
Auscultamos pequenas portas do seu mistério
e chegamos a perder-nos com prazer
no remoínho do seu interior.
Apercebemo-nos das suas fragilidades e manipulações.
Da sua extrema leveza.
Do silêncio de sangue e da sua banalização.

Excerto

in Rosa do Mundo

6 de junho de 2015

David Mourão-Ferreira: Seios


                          Fechando os olhos, eram rosas
castas e densas, por abrir.
líquidas pétalas nervosas
sentiam-se, no fundo, estremecer.

Lagoas, nuvens, lá por trás
Da superfície cariciada?
─ E a minha vida se desfaz
Na saudade de  fontes afastadas.


David Mourão-Ferreira
Portugal (Lisboa) 1927-1996
in Obra Poética
Editor: Editorial Presença
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