Carta de apresentação


O SECRETO MILAGRE DA POESIA

Sentimo-nos bem com seu contacto.
Disertamos sobre as suas maravilhas.
Auscultamos pequenas portas do seu mistério
e chegamos a perder-nos com prazer
no remoínho do seu interior.
Apercebemo-nos das suas fragilidades e manipulações.
Da sua extrema leveza.
Do silêncio de sangue e da sua banalização.

Excerto

in Rosa do Mundo

26 de junho de 2015

Vitral: Afonso Duarte


Franzina, é como um choupo à luz da Lua;
É a noite escura o seu olhar de mágoa.
Uma ogiva os seus braços quando amua,
Modelo foi dos cantarinhos de água.

Dizem os seios que a farão mãezinha;
Oh! Que linda menina casadoira!
São os seios da virgem donzelinha,
Dois novelos saltando à dobadoira.

Seus lábios, duas pétalas de rosa;
Abrem as rosas como a boca enlaça…
Em beijo a boca é uma flor ciosa.

Num lago a Lua: o seu andar embala;
São suas mãos às que eu imploro a graça,
Seu corpo esguio, uma ânfora com fala.


Afonso Duarte
                   Portugal 1884-1958
                   photo by Google

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