Suspiro
nos compassos intermitentes dos risos,
Por
vezes, demasiadas vezes,
Aturdido
no furacão que fustiga a tua, a nossa, aproximação.
Será esta
a minha sôfrega ardência ou a loucura descontrolada que
(nos abraça e sufoca?
São as
minhas, as tuas, as outras palavras, as próximas,
Ensurdecedores
pactos de silêncio, que nos aprisionam na decadência
(obscena dos sentimentos mais
obscuros?
São desejos
que soletramos, que segredam a verdade inesperada da
(angústia,
São
medos, águas mortas onde não chove, mordaças de silêncio infecto.
Somos
tristes, caducos, arruinados.
Estamos
despidos e desferimos golpes sem misericórdia, sem vergonha,
(sem limite.
Fujo de
ti, subo aos astros, na certeza de que não te posso escapar.
Observas-me.
De longe. Excitada por saberes que me fazes mais homem.
A minha
língua limpa, sedenta, salpicos de sangue e saliva.
Não sei
se em ti, ou em mim.
Está
escuro.
Daniel Costa-Lourenço
Portugal » Lisboa 1976
in Viajantes
Editor: Livros de Ontem
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