E um silencio comum às violetas.
E há sete luas que são sete traços
De sete noites que nunca foram feitas.
Há noites que levam à cintura
Como um cinto de grandes borboletas.
E um risco a sangue na nossa carne escura
Duma espada à bainha dum cometa.
Há noites que nos deixam para trás
Enrolados no nosso desencanto
E cisnes brancos que só são iguais
À mais longínqua onda do seu canto.
Há noites que nos levam para onde
O fantasma de nós fica mais perto;
E é sempre a nossa voz que nos responde
E só o nosso nome estava certo.
Há noites que são lírios e são feras
E a nossa exactidão de rosa vil
Reconcilia no frio das esperas
Os astros que se olham de perfil.
Natália Correia
(Portugal 1923-1993)
photo by Google
Sem comentários:
Enviar um comentário