O que os meus olhos cegou –
Não tinham luz de brilhar.
Era chama que queimar;
E o fogo que a ateou
Vivaz, eterno, divino,
Como facho do destino.
Divino, eterno! – e suave
Ao mesmo tempo: mas grave
E de tão fatal poder,
Que, um só momento que a vi,
Queimar toda a alma senti…
Nem ficou mais de meu ser,
Senão a cinza em que ardi.
Almeida Garret
(Portugal 1799-1854)
photo by Google
Sem comentários:
Enviar um comentário