Carta de apresentação


O SECRETO MILAGRE DA POESIA

Sentimo-nos bem com seu contacto.
Disertamos sobre as suas maravilhas.
Auscultamos pequenas portas do seu mistério
e chegamos a perder-nos com prazer
no remoínho do seu interior.
Apercebemo-nos das suas fragilidades e manipulações.
Da sua extrema leveza.
Do silêncio de sangue e da sua banalização.

Excerto

in Rosa do Mundo

23 de outubro de 2011

Previlégios do pobre : Juan del Vale y Caviedes


Se se cala, o pobre é parvo;
um maçador , se é palreiro;
bisbilhoteiro, se sabe;
se afável, é embusteiro;
se é gentil, intrometido,
se não atura, é soberbo;
cobarde, quando é humilde,
se é audaz, não possui tento;
se é valente, é temerário;
presunçoso, se é discreto;
adulador, se obedece,
se algo recusa, é grosseiro;
com pretensões, atrevido;
com méritos, não ganha apreço;
sua nobreza é oculta,
sua veste sem esmero;
se trabalha, é ambicioso,
e, pelo contrário extremo,
um perdido, se descansa…

vejam bem que previlégio!

Juan del Vale y Caviedes
(Espana 1645-Peru 1697)
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