Carta de apresentação


O SECRETO MILAGRE DA POESIA

Sentimo-nos bem com seu contacto.
Disertamos sobre as suas maravilhas.
Auscultamos pequenas portas do seu mistério
e chegamos a perder-nos com prazer
no remoínho do seu interior.
Apercebemo-nos das suas fragilidades e manipulações.
Da sua extrema leveza.
Do silêncio de sangue e da sua banalização.

Excerto

in Rosa do Mundo

19 de outubro de 2011

As cartas dele: Elizabeth Barrett Browning


As cartas dele! Papel morto e frio…
Parecem hoje estremecer, no entanto
e tomar vida, e palpitar, enquanto
com as trémulas mãos lhes solto o fio.
Esta lembra um encontro fugidio;
esta uma coisa simples: o encanto
dum aperto de mão; mas diz-me tanto
que um dia todo, ao lê-la, choro e rio.
Esta me escreve: « Adoro-te, querida»
e caí, deslumbrada, a soluçar
como se fosse o fim da minha vida!
Mas esta… A tua fé, no próprio altar,
Viste, ó Amor, vilmente escarnecida,
se o que esta diz eu devo acreditar.

Elizabeth Barret Browning
(England 1809-1861)
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