Carta de apresentação


O SECRETO MILAGRE DA POESIA

Sentimo-nos bem com seu contacto.
Disertamos sobre as suas maravilhas.
Auscultamos pequenas portas do seu mistério
e chegamos a perder-nos com prazer
no remoínho do seu interior.
Apercebemo-nos das suas fragilidades e manipulações.
Da sua extrema leveza.
Do silêncio de sangue e da sua banalização.

Excerto

in Rosa do Mundo

10 de novembro de 2011

Maria Hilda de J. Alão: A dança do Amor

Fascinante é, do amor, a dança.
Tão leve que o pé não alcança
O chão e no ar me lança

Em movimentos serpentinos
Ao som de címbalos cristalinos
Talhados em materiais argentinos.



 
Rio. Da dança eu tenho o dom.
Deslumbro-te. Mudo a cada tom
Os passos acompanhando o som
 
Do tambor, como numa embriaguez.
Toco teu peito e sinto a calidez,
O suor desce pela morena tez.
 
O coração bate. A mão não recua,
No ar parece pluma que flutua
Desce, lenta, sobre a figura nua,

E explorando cada canto vai
Em frente acarinhando e recai
Sobre o ponto que mais me atrai.

Depois de ter teu corpo envolvido
Na volúpia, que é um fino tecido,
Com as tintas do meu prazer colorido,
Permaneço neste desvario que me seduz.
O espelho do meu quarto reproduz
Teu corpo cansado à meia luz,
 
E sinto que fui Salomé em coleios
Com passos loucos no palco sem receios,
Seduzi-te com a forma dos meus seios.

Maria Hilda J. Alão
(Brasil)
photo by Google

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