Carta de apresentação


O SECRETO MILAGRE DA POESIA

Sentimo-nos bem com seu contacto.
Disertamos sobre as suas maravilhas.
Auscultamos pequenas portas do seu mistério
e chegamos a perder-nos com prazer
no remoínho do seu interior.
Apercebemo-nos das suas fragilidades e manipulações.
Da sua extrema leveza.
Do silêncio de sangue e da sua banalização.

Excerto

in Rosa do Mundo

8 de novembro de 2011

Soneto: Guillermo Valencia


Que te amei, sem rival, bem que o sentiste,
e bem sabe o Senhor; nunca se liga
a hera errante à floresta quieta e amiga
como ao teu ser se uniu minha alma triste.

Em meu viver, o teu viver persiste
como o doce rumor de uma cantiga
- a lembrança do amor é que mitiga
o luto, e ao duro tempo ainda resiste.

Diáfano manancial que não se esgota,
vives em mim, e à minha vida austera
teu frescor se mistura gota a gota;

palmeira foste, num deserto a arder,
no meu pélago amargo - uma gaivota!
E em mim só morreras quando eu morrer!




 Guillermo Valencia
(Colombia 1873-1942)

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