Olho nossa cama. Palco vazio
sem o drama, sem a comédia,
do nosso amor.
A nossa cama branca,
branca página, em silêncio,
de onde tudo se apagou...
sem o drama, sem a comédia,
do nosso amor.
A nossa cama branca,
branca página, em silêncio,
de onde tudo se apagou...
(Meu Deus! quem poderia ler aquelas ânsias, aquêles gemidos,
aqueles carinhos
que a mão do tempo raspou, como nos velhos
pergaminhos?...)
aqueles carinhos
que a mão do tempo raspou, como nos velhos
pergaminhos?...)
A nossa cama
imensa, como a tua ausência,
tão ampla, tão lisa, tão branca, tão simplesmente cama,
e era, entretanto, um mundo,
de anseios, de viagens, de prazer,
- oceano, que teve ondas e gritos encapelados,
nêle nos debatemos tanta vez como náufragos
a nadar... e a morrer...
imensa, como a tua ausência,
tão ampla, tão lisa, tão branca, tão simplesmente cama,
e era, entretanto, um mundo,
de anseios, de viagens, de prazer,
- oceano, que teve ondas e gritos encapelados,
nêle nos debatemos tanta vez como náufragos
a nadar... e a morrer...
Olho a nossa cama, palca vazio,
em nosso quarto, - teatro fechado –
que não se reabrirá nunca mais...
em nosso quarto, - teatro fechado –
que não se reabrirá nunca mais...
Nossa cama, apenas cama, nada mais que cama
alva cama, em sua solidão
em seu alvor...
alva cama, em sua solidão
em seu alvor...
Nossa cama
- campa (sem inscrição)
do nosso amor.
- campa (sem inscrição)
do nosso amor.
J G Araujo Jorge
(Brasil 1914-1987)
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