Carta de apresentação


O SECRETO MILAGRE DA POESIA

Sentimo-nos bem com seu contacto.
Disertamos sobre as suas maravilhas.
Auscultamos pequenas portas do seu mistério
e chegamos a perder-nos com prazer
no remoínho do seu interior.
Apercebemo-nos das suas fragilidades e manipulações.
Da sua extrema leveza.
Do silêncio de sangue e da sua banalização.

Excerto

in Rosa do Mundo

20 de novembro de 2011

Luiz Ruiz Contreras: Soneto

Não, não temas... Que a minha boca impura
nada dirá do que meu peito sente,
não, não receies que meu beijo ardente
possa manchar-te a virginal brancura!

Nem temas ver em torno da cintura

meu braço - como astuta e vil serpente
nem que teus puros sonhos de inocente
destruam seu cantar, minha loucura.

Ah! meus olhos, no entanto, consumidos

ao fogo dos tens olhos, meu desejo
atiçam, loucos, num incêndio mudo,

tua imagem levando aos meus sentidos...

E eu te possuo com o olhar, te beijo!
E tu sorris, amor... e ignoras tudo!


Luiz Ruiz Contreras
(España  1863-1953)
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