Não, não temas... Que a minha boca impura
nada dirá do que meu peito sente,
não, não receies que meu beijo ardente
possa manchar-te a virginal brancura!
Nem temas ver em torno da cintura
meu braço - como astuta e vil serpente
nem que teus puros sonhos de inocente
destruam seu cantar, minha loucura.
Ah! meus olhos, no entanto, consumidos
ao fogo dos tens olhos, meu desejo
atiçam, loucos, num incêndio mudo,
tua imagem levando aos meus sentidos...
E eu te possuo com o olhar, te beijo!
E tu sorris, amor... e ignoras tudo!
nada dirá do que meu peito sente,
não, não receies que meu beijo ardente
possa manchar-te a virginal brancura!
Nem temas ver em torno da cintura
meu braço - como astuta e vil serpente
nem que teus puros sonhos de inocente
destruam seu cantar, minha loucura.
Ah! meus olhos, no entanto, consumidos
ao fogo dos tens olhos, meu desejo
atiçam, loucos, num incêndio mudo,
tua imagem levando aos meus sentidos...
E eu te possuo com o olhar, te beijo!
E tu sorris, amor... e ignoras tudo!
Luiz Ruiz Contreras
(España 1863-1953)
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