sobre o correr trépido
da coluna arqueada.
Vibra o que sente e geme
e a boca é sempre um instrumento
o perfile de uma emboscada
que o ventre astuto acicata
acomodado ainda num só gemido
depois, o maior, que estala
e faz descer o fluido
para sarar o lábio crestado
e o grito sobe pelo branco do quarto
agarrado a um lençol transpirado.
Das mãos irrompe o malabarismo
sobre as coxas arqueadas
todo o esplendor das unhas polidas
na fenda
na dureza que aperta
o que vai abrindo perfeito
no espavento morno
da ferida principiada.
Alucinadas unhas roídas
momentos antes da entrada.
Vai desabrochar o animal
na libido que o perpetua
numa lentidão irreparável
tão empírica
que se extenua.
António Teixeira e Castro
(Brasil)
(Brasil)
photo by Google
Sem comentários:
Enviar um comentário