e rosas clandestinas.
E amo-te
Incendiando nas praias do meu sangue
esses pássaros que nascem no teu peito
e fazem ninho nas minhas mãos abertas.
Assim me desesperas e fascinas.
E tudo em mim estremece. Tudo se desenraíza
como as grandes árvores que a tempestade sacode
e arranca no inverno, investindo sobre elas
com os seus cabelos de água, os seus cornos vermelhos.
Ó meu amor, meu amor, meu amor,
morro nos teus braços e renasço em ti
para de novo procurar-te em todos os minutos
percorrendo todos os rios, todas as aldeias do teu corpo
até chegar à tua boca, cheio de sede, ávido de ti,
depois de me perder no deserto branco da tua pele.
Amanheço sem rosto e sem braços, completamente nu,
deixando que doas em mim como um mistério
como se o teu ventre pudesse ser a minha boca
como se eu nascesse em ti para te amar e me esquecer.
Ó meu amor, meu amor, meu amor
Joaquim Pessoa
(Portugal)
(Portugal)
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