Acenos de açucena.
Sorriso de margarida.
E seus brincos se agitam
Quedam-se os braceletes na escuta
Da música do requebro da cintura.
…
Bom é que não esqueçais
Que o que dá ao amor rara qualidade
É a sua timidez envergonhada.
Entregai-vos ao travo doce das delícias
Que filhas são dos meus tormentos.
Porém, não busqueis poder no amor…
Que só quem da sua lei se sente escravo
Pode considerar-se realmente livre.
…
Minha alma querer-te, ainda que em tortura,
E sigo-te alegre na ânsia de procura.
Que estranho, ser defesa a nossa ligação,
Se os desejos ambos concordaram!
Que quereria mais o coração
Quando amargurado te buscou em vão
…
E meus olhos te viram e amaram?
Como desejo que quem tem poder
Sobre ti em nosso encontro não esteja!
Só assim a minha sede vai beber
Em doce fonte teus lábios beija.
Ibn Ammar - Poeta Árabe
(1031-1084)
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