Há quantas Primaveras estamos separados?
Da
janela de jade vi, cinco vezes,
desabrochar
as cerejeiras,
Eu sei, há as cartas de escrita rendilhada
que,
ao abrir, te fazem suspirar,
teu coração quase pára de bater, quanta
saudade!
Já
não uso o toucado de nuvens,
não penteio meus cabelos,
não
mais os deixo cair sobre a testa.
Minha tristeza é uma pena levada pelo vento,
um
floco de neve rodopiando no ar.
O ano passado escrevi-te para a montanha dos
Sete Socalcos,
falei de tudo isto
e agora, por favor, escuta outra vez minhas
palavras.
Oh,
vento leste, sopra para mim,
empurra para oeste a nuvem suspensa no ar!
Há
quanto tempo aguardo o teu regresso!...
A flor caída continua imóvel,
quieta
sobre o musgo verde.
Li Bai
(China 701-762)
in os dias do Amor
photo by Google
Sem comentários:
Enviar um comentário