Carta de apresentação
O SECRETO MILAGRE DA POESIA
Sentimo-nos bem com seu contacto.
Disertamos sobre as suas maravilhas.
Auscultamos pequenas portas do seu mistério
e chegamos a perder-nos com prazer
no remoínho do seu interior.
Apercebemo-nos das suas fragilidades e manipulações.
Da sua extrema leveza.
Do silêncio de sangue e da sua banalização.
Excerto
in Rosa do Mundo
4 de abril de 2013
Ao perder-te...: Ernesto Cardenal
1.
Ao perder-te a ti perdemos os dois
eu porque tu eras o que eu mais amava
e tu porque eu era quem mais te amava.
Mas de nós os dois és tu quem perde mais
porque eu poderei amar outras como te amava a ti
mas a ti não te hão-de amar como eu te amava.
2.
Contaram-me que estavas apaixonada por outro
e então fui para o meu quarto
e escrevi um artigo contra o governo
razão pela qual estou preso.
Ernesto Cardenal
(Nicarágua 1925)
" in Qual é a minha ou a tua língua? "
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