As tuas mãos terminam em segredo.
Os teus olhos são negros e macios
Cristo na cruz os teus ócios esguios
E o teu perfil princesas no degredo...
Entre buxos e ao pé de bancos frios
Nas entrevistas alamedas, quedo
O vendo põe o seu arrastado medo
Saudoso a longes velas de navios.
Mas quando o mar subir na praia e for
Arrasar os castelos que na areia
As crianças deixaram, meu amor,
Será o haver cais num mar distante...
Pobre do rei pai das princesas feias
No seu castelo à rosa do Levante!
Fernando Pessoa
(Portugal 1888-1935)
“in Poesia 1902-1917”
photo by Google
Sem comentários:
Enviar um comentário