Agora ela sabe que não partirei mais.
E, contudo, não a quero.
Se ela morresse amanhã, eu seria feliz, seria livre!
Conhecem a vergonha de não poder sair do lado de uma mulher
porque o seu corpo é maravilhoso?
Hoje bati-lhe; e, como continuasse a desafiar-me,
ardente, transfigurada, com uma luz tão bela nos olhos divinos,
atirei-me sobre a sua boca como quem se mata,
e jamais beijo algum foi tão voluptuoso.
Quando a ameaço, estira-se preguiçosamente.
Quando ameaço os seus amantes, põe-se a cantar uma canção jocosa.
Quando falo em matar-me, contenta-se em perguntar:
" E quem cuidará das tuas rosas? "
Assim vivo a minha vergonha, esperando que esse
corpo incomparável
murche, como as minhas rosas.
Anónimo
Arábia antiga
Séc. XII?
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