Eu
amo-te, oh minha Laylâ, eu teimo em te amar,
A
ti que, ou perto ou longe, só pensas em me fugir!
Eu
amo-te, oh minha Laylâ, e o mais pequeno suspiro
Deste
amor, colhido no vento, respirado,
À
alma dos peregrinos arrancaria lágrimas.
Sim,
a ela me queixo, às escondidas, em segredo,
Deste
desejo; muito baixo, falo-lhe da pressão
Deste
violento amor. Se tenho que a deixar,
Surda
à minha lástima, então queixo-me ao Senhor.
Que
tenho eu a ganhar, se eu a vir muito perto? Prantos.
Apaixonado,
achincalhado, que horror!, se perto ela estiver.
Oh,
o seu olhar sobre mim! Fala-me, surpreende-me,
Silenciosa
troca, nos meus olhos a resposta.
“Voltamos
a ver-nos”: os seus olhos, dilatados, anunciam,
Depois,
nos mesmos olhos, é a morte quem me espera.
Eu
temo, eu desespero e morro; e sob a esperança
Eu
renasço. Quantas vezes, morto, já ressuscitei!
Eles
andam por aí, a toda a volta, todos, homens, djinns, tanto pior
Se
acreditarem que vão reter-me longe de ti: Pois eu aqui estou!
Tradição
Oral
(Arábia
Séc. VII)
in Os dias do Amor
Trad. Myriam Jubilot Carvalho
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N.T:
Majnûn é uma lenda Árabe pré-islâmica, que canta um amor contrariado
e impossível, pelo que os nomes dos
amantes têm um duplo sentido: além
de serem os seus nomes, Majnûn
significa Louco, e Laylâ significa noite.
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