Quando eu morrer e tu ficares sozinha,
Longe do bafo quente do meu corpo,
Tu, a quem eu amei, sei lá por vingança
De Deus,
Nessa hora,
Olha serenamente a nossa história inútil
E chora...
Rega de pura mágoa a flor do "nunca mais"
(Sequer ao menos a flor do "nunca mais"...),
E depois morde o chão seivado e semeado
Do místico perfume do meu sexo
Sepultado...
Miguel Torga
(Portugal 1907-1995)
in Poesia Completa
Carta de apresentação
O SECRETO MILAGRE DA POESIA
Sentimo-nos bem com seu contacto.
Disertamos sobre as suas maravilhas.
Auscultamos pequenas portas do seu mistério
e chegamos a perder-nos com prazer
no remoínho do seu interior.
Apercebemo-nos das suas fragilidades e manipulações.
Da sua extrema leveza.
Do silêncio de sangue e da sua banalização.
Excerto
in Rosa do Mundo
21 de abril de 2013
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário