Ouve,
meu anjo:
Se
eu beijasse a tua pele?
Se
eu beijasse a tua boca
Onde
a saliva é mel?
Tentou,
severo, afastar-se
Mas
aí!,
A
carne do assasssino
É
como a do virtuoso.
Numa
atitude elegante,
Misterioso,
gentil,
Deu-me
o seu corpo doirado
Que
eu beijei quase febril.
Na
vidraça da janela,
A
chuva, leve, tinia...
Ele
apertou-me cerrando
Os
olhos para sonhar -
E
eu lentamente morria
Como
um perfume no ar!
António
Botto
(Portugal
1887 – Brasil 1959)
Photo
by Google
Sem comentários:
Enviar um comentário