Carta de apresentação


O SECRETO MILAGRE DA POESIA

Sentimo-nos bem com seu contacto.
Disertamos sobre as suas maravilhas.
Auscultamos pequenas portas do seu mistério
e chegamos a perder-nos com prazer
no remoínho do seu interior.
Apercebemo-nos das suas fragilidades e manipulações.
Da sua extrema leveza.
Do silêncio de sangue e da sua banalização.

Excerto

in Rosa do Mundo

24 de abril de 2013

Al Berto: Rumor dos Corpos




 pernoitas em mim
      e se por acaso te toco a memória...amas
      ou finges morrer

      pressinto o aroma luminoso dos fogos
      escuto o rumor da terra molhada
      a fala queimada das estrelas
      é noite ainda
      o corpo ausente instala-se vagarosamente
      envelheço com a nómada solidão das aves


      já não possuo a brancura oculta das palavras
      e nenhum lume irrompe para beberes



       Al Berto
       (Portugal 1948-1997)
        In O Medo
        photo by Google

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